Eu pensei em algumas ideias para minha
inauguração no blog. A primeira que me veio à mente seria para contar como a vida
estará daqui a exatos 11 dias, quando eu estiver morando na casa do pai do meu
namorado, recém-chegada novamente em Londres. Nas minhas primeiras semanas de
volta, iremos morar o namorado, o pai, o irmão (do namorado, não do pai) e eu. Depois
eu vou procurar um quarto para alugar. Acontece que eu já estava meio que
morando lá por uns dias antes de vir para o Brasil e agora que estou indo de
novo ficarei lá até achar meu canto. Nossa! Vir para o Brasil...lembrei que eu
estava ansiosíssima para chegar ao Brasil. Nem dormia direito. Juro. Aí chegou
o dia de eu vir e eu não queria mais vir. Quer dizer, eu queria vir, mas parte
de mim queria ficar. Lá era a minha casa naquele momento e eu me senti, sério,
saindo de casa para vir visitar minha família. Mas como se faz isso? Sair de casa
(vulgo um país em outro continente que NÃO, NÃO É O MEU PAÍS) para vir visitar
a minha família, mas sentindo que a MINHA CASA ficaria para trás?
Pergunto, então, a mim mesma, Nathália do
céu, quantas casas você tem? Não sei. Aliás, sempre que penso nisso chego à
conclusão de que eu tenho duas casas e nenhuma ao mesmo tempo. Uma é a da minha
mãe e outra do pai do namorado, mas minha mesmo...none! Acho que ao invés de duas
casas eu tenho duas vidas. Eu tinha uma aqui e agora tenho uma lá. As duas
caminharam juntas pelo ano de 2012 perfeitamente. Exceto na hora de mudar de
uma casa/vida para outra.
Só que até agora há pouco eu não tinha
percebido isso. Desde que cheguei ao Brasil, já vi a maior parte das pessoas
que mais amo, já comi um monte de comida boa, tomei banho de mar com um gosto
como há tempos não fazia (mesmo antes de ir) e me senti brasileira sem me
sentir diferente. Foi bom voltar para o único lugar no mundo onde não sou
estrangeira. Mas ao mesmo tempo de tudo isso eu estava ciente de que dia 31 de
janeiro, estaria voltando para o Reino Unido. E eu estava bem com isso, no
finalzinho agora até meio que contando os dias, por causa da saudade do
namorado.
Só que aí hoje, melhor, há exatos dois
minutos, as duas filhas do meu padrasto que estavam aqui em casa de férias
deixaram a gente para voltarem para a casa onde moram com a mãe no interior.
Saíram, assim, de mala e tudo. Amanhã elas não estarão mais aqui. E nem depois.
E nem depois. Um monte de coisas irão acontecer e elas não irão ver.
Aí me dei conta de que em pouco mais de DEZ
dias, será a minha vez. Eu vou sair, como elas, de mala e tudo, para não estar
mais aqui no dia seguinte. Por 180 dias seguintes. E se você me perguntar agora
se eu quero ir eu vou dizer que não. Aliás, se alguém olhasse agora para meus
olhos cheios d’água saberia que não. Não, não é que eu não queira ir, é que eu não
quero partir.
Quando a gente vai construindo nossa vida num
lugar e chega a hora de mudar nunca é fácil. Não importa se você está saindo da
casa da sua mãe para morar a 20 ou a 9 mil quilômetros de distância. Guardada
as proporções, você não estará lá no dia seguinte enquanto sua família tomar
café da manhã. E se acontecer algum quebra pau, você também não vai ver, só vai
ficar sabendo depois que tudo estiver mais calmo. E são tantos detalhes, tantas
coisinhas que vão acontecer...e você não vai mais fazer parte. E na sua vida
também. Tudo vai ser novo, diferente, e as pessoas que estiveram com você até
ali não vão estar com você quando você, sei lá, queimar o arroz pela primeira
vez. São tantos detalhes da convivência diária que quando a gente vive junto
acha que odeia, mas que depois de um tempo quando se encontra com estes
detalhes de novo em uma visita de domingo (ou de um mês e meio, no meu caso) percebe que, são estes detalhes que te fazem pensar: estou em casa.
Não seria um drama tão grande assim se a
minha segunda casa ainda fosse um quarto que aluguei em Perdizes na primeira
vez que saí de casa (falo disso depois, agora é só um desabafo). Mas não é. Aliás, de lá só me sobram três caixas com
coisas minhas, devidamente empacotadas, que irão ficar aqui para eu quando eu
estiver de volta. Besteira levar livros, meu box do Friends e outras
particularidades para Londres. Ocuparia espaço demais na mala de ida...e de
volta. Porque enquanto a vida for me levando, eu vou
indo e voltando apenas alternando a saudade de lugar.
Oun, Nathi!
ResponderExcluirQue lindo! Assim como na primeira vez, repito: VAI DAR TUDO CERTO. VocÊ só tem a ganhar com essa experiência. Dói, claro... mas tem tanta coisa que começa com dor e depois vira prazer, néam? risos. Que venham muitas despedidas! Só assim para haver reencontros.
Beijo
Amiga, tudo vai se ajeitar do jeito que tem que ser! Fique calma! Você sabe que vai ser muito bom para você! Será uma experiência única, onde muitos aprendizados virão! E o melhor de tudo é que, depois desses 180 dias longe, você terá pra onde e pra quem voltar! Sua família, seus amigos, seus parentes, sua casa! Fique tranquilo pois tudo dará certo! E eu estarei aqui te esperando e te apoiando!
ResponderExcluirBeijos
Oi Nathalia, tudo bem? Você entrou em contato comigo pelo meu blog "intercambiodamalu" e me pediu uma resposta por email porem não achei seu email.
ResponderExcluirSe puder, mande pelo meu malu.mangiolardo@gmail.com
Obrigada.