domingo, 20 de janeiro de 2013

I do want to go, I just don’t want to leave


Eu pensei em algumas ideias para minha inauguração no blog. A primeira que me veio à mente seria para contar como a vida estará daqui a exatos 11 dias, quando eu estiver morando na casa do pai do meu namorado, recém-chegada novamente em Londres. Nas minhas primeiras semanas de volta, iremos morar o namorado, o pai, o irmão (do namorado, não do pai) e eu. Depois eu vou procurar um quarto para alugar. Acontece que eu já estava meio que morando lá por uns dias antes de vir para o Brasil e agora que estou indo de novo ficarei lá até achar meu canto. Nossa! Vir para o Brasil...lembrei que eu estava ansiosíssima para chegar ao Brasil. Nem dormia direito. Juro. Aí chegou o dia de eu vir e eu não queria mais vir. Quer dizer, eu queria vir, mas parte de mim queria ficar. Lá era a minha casa naquele momento e eu me senti, sério, saindo de casa para vir visitar minha família. Mas como se faz isso? Sair de casa (vulgo um país em outro continente que NÃO, NÃO É O MEU PAÍS) para vir visitar a minha família, mas sentindo que a MINHA CASA ficaria para trás?

Pergunto, então, a mim mesma, Nathália do céu, quantas casas você tem? Não sei. Aliás, sempre que penso nisso chego à conclusão de que eu tenho duas casas e nenhuma ao mesmo tempo. Uma é a da minha mãe e outra do pai do namorado, mas minha mesmo...none! Acho que ao invés de duas casas eu tenho duas vidas. Eu tinha uma aqui e agora tenho uma lá. As duas caminharam juntas pelo ano de 2012 perfeitamente. Exceto na hora de mudar de uma casa/vida para outra.

Só que até agora há pouco eu não tinha percebido isso. Desde que cheguei ao Brasil, já vi a maior parte das pessoas que mais amo, já comi um monte de comida boa, tomei banho de mar com um gosto como há tempos não fazia (mesmo antes de ir) e me senti brasileira sem me sentir diferente. Foi bom voltar para o único lugar no mundo onde não sou estrangeira. Mas ao mesmo tempo de tudo isso eu estava ciente de que dia 31 de janeiro, estaria voltando para o Reino Unido. E eu estava bem com isso, no finalzinho agora até meio que contando os dias, por causa da saudade do namorado.

Só que aí hoje, melhor, há exatos dois minutos, as duas filhas do meu padrasto que estavam aqui em casa de férias deixaram a gente para voltarem para a casa onde moram com a mãe no interior. Saíram, assim, de mala e tudo. Amanhã elas não estarão mais aqui. E nem depois. E nem depois. Um monte de coisas irão acontecer e elas não irão ver.

Aí me dei conta de que em pouco mais de DEZ dias, será a minha vez. Eu vou sair, como elas, de mala e tudo, para não estar mais aqui no dia seguinte. Por 180 dias seguintes. E se você me perguntar agora se eu quero ir eu vou dizer que não. Aliás, se alguém olhasse agora para meus olhos cheios d’água saberia que não. Não, não é que eu não queira ir, é que eu não quero partir.

Quando a gente vai construindo nossa vida num lugar e chega a hora de mudar nunca é fácil. Não importa se você está saindo da casa da sua mãe para morar a 20 ou a 9 mil quilômetros de distância. Guardada as proporções, você não estará lá no dia seguinte enquanto sua família tomar café da manhã. E se acontecer algum quebra pau, você também não vai ver, só vai ficar sabendo depois que tudo estiver mais calmo. E são tantos detalhes, tantas coisinhas que vão acontecer...e você não vai mais fazer parte. E na sua vida também. Tudo vai ser novo, diferente, e as pessoas que estiveram com você até ali não vão estar com você quando você, sei lá, queimar o arroz pela primeira vez. São tantos detalhes da convivência diária que quando a gente vive junto acha que odeia, mas que depois de um tempo quando se encontra com estes detalhes de novo em uma visita de domingo (ou de um mês e meio, no meu caso) percebe que, são estes detalhes que te fazem pensar: estou em casa.

Não seria um drama tão grande assim se a minha segunda casa ainda fosse um quarto que aluguei em Perdizes na primeira vez que saí de casa (falo disso depois, agora é só um desabafo). Mas não é. Aliás, de lá só me sobram três caixas com coisas minhas, devidamente empacotadas, que irão ficar aqui para eu quando eu estiver de volta. Besteira levar livros, meu box do Friends e outras particularidades para Londres. Ocuparia espaço demais na mala de ida...e de volta. Porque enquanto a vida for me levando, eu vou indo e voltando apenas alternando a saudade de lugar. 

3 comentários:

  1. Oun, Nathi!
    Que lindo! Assim como na primeira vez, repito: VAI DAR TUDO CERTO. VocÊ só tem a ganhar com essa experiência. Dói, claro... mas tem tanta coisa que começa com dor e depois vira prazer, néam? risos. Que venham muitas despedidas! Só assim para haver reencontros.
    Beijo

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  2. Amiga, tudo vai se ajeitar do jeito que tem que ser! Fique calma! Você sabe que vai ser muito bom para você! Será uma experiência única, onde muitos aprendizados virão! E o melhor de tudo é que, depois desses 180 dias longe, você terá pra onde e pra quem voltar! Sua família, seus amigos, seus parentes, sua casa! Fique tranquilo pois tudo dará certo! E eu estarei aqui te esperando e te apoiando!
    Beijos

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  3. Oi Nathalia, tudo bem? Você entrou em contato comigo pelo meu blog "intercambiodamalu" e me pediu uma resposta por email porem não achei seu email.
    Se puder, mande pelo meu malu.mangiolardo@gmail.com
    Obrigada.

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