sábado, 23 de fevereiro de 2013

Da arte do QUERO AGORA.

Fomos visitar o nosso primeiro possível apartamento.

E daí que mesmo antes de ligar pro corretor já começaram as neuras, né?
Engrossa a voz, usa um tom mais sério... haha Eu e Noélly com medo de fazer uma ligação.

Eu amei, só isso que posso dizer.







Nunca ninguém morou.
E a gente ta com fogo no rabo pra sermos os primeiros.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ai, ai expectativa....

 
Sempre quis sair da casa dos meus pais, nada daquela coisa de “mal agradecida”, “nunca está contente com o que tem”, simplesmente tinha em mim um sentimento contraditório a toda aquela rotina. Sabe aquela sensação de não pertencer a algum lugar? Pois bem, era/é assim que me sinto enquanto moro com eles. Tudo vai se tornando meio, parte ou só um lugar pra dormir.
 
Quero desenvolver a famosa independência, liberdade que todos dizem que demonstro mas que tenho certeza de que ainda não conheço e não vivo nem metade da mesma.
Acredito que seja mais como uma experiência necessária de autoconhecimento, testar meus limites mesmo, parece meio dramático, mas é assim que considero.
 
Muitas coisas passam pela minha cabeça como, por exemplo, tudo que terei de abrir mão para tornar realidade esta minha vontade, ou como muitos diriam “capricho”, dentre os pontos mais cruciais e que são muito utilizados para tentar me persuadir do contrario estão:
-A roupa suja nunca mais sairá do cesto sozinha e irá parar limpinha na minha gaveta.
- A comida não brotará na mesa pronta e quentinha.
- Os produtos e alimentos não surgirão na dispensa do nada.
- Banheiros ficam fedendo se você não agir.

Mais peraí, isso tudo se chama comodismo, e não regalias dadas a minha pessoa por ser uma menina boa o ano inteiro. Eu não sou boa o suficiente para conseguir exercer tais tarefas???

É mais do que claro e óbvio que um dos fatores determinantes para que não desse certo seria a preguiça e o fato de já estar acomodada com o tratamento que venho recebendo, mas se almejo a liberdade, teria então que me acostumar com seus ônus.

Resolvido este problema interno rsrsrs, um outro fator determinante para ainda não ter tomado definitivamente a decisão de “abandonar” todos era o fato de não possuir condições favoráveis (leia-se: dinheiro suficiente). Mas venho acreditando cada dia mais que nada acontece por acaso (nossa, clichê no último), quando já tinha me dado por vencida, pelas opiniões da oposição, eis que descubro na minha vida, uma oportunidade de mudança, os meios desta descoberta não vêem ao caso.

Coincidentemente ou não, eis que consigo o que diante o pretérito posso chamar de um emprego e tanto, além de um companheiro para cada dia mais alimentar a vontade de viver.

Eu e o Tigs decidimos colocar em pratica uma vontade de ambas as partes e dividirmos todas estas emoções que nos aguardam. Como já dito por ele em post anterior, muitos são os que dizem que em pouquíssimo tempo não estaremos mais nos suportando, mais isso é coisa que só iremos comprovar com o tempo. Tudo devidamente postado para possíveis comprovações.

Agora só resta a impaciência, pelas decisões finais, locais, cores, detalhes, daquilo que chamaremos de NOSSO(aprendi a utilizar pronomes possessivos, quem disse que não seria boa esta experiência??)

domingo, 20 de janeiro de 2013

I do want to go, I just don’t want to leave


Eu pensei em algumas ideias para minha inauguração no blog. A primeira que me veio à mente seria para contar como a vida estará daqui a exatos 11 dias, quando eu estiver morando na casa do pai do meu namorado, recém-chegada novamente em Londres. Nas minhas primeiras semanas de volta, iremos morar o namorado, o pai, o irmão (do namorado, não do pai) e eu. Depois eu vou procurar um quarto para alugar. Acontece que eu já estava meio que morando lá por uns dias antes de vir para o Brasil e agora que estou indo de novo ficarei lá até achar meu canto. Nossa! Vir para o Brasil...lembrei que eu estava ansiosíssima para chegar ao Brasil. Nem dormia direito. Juro. Aí chegou o dia de eu vir e eu não queria mais vir. Quer dizer, eu queria vir, mas parte de mim queria ficar. Lá era a minha casa naquele momento e eu me senti, sério, saindo de casa para vir visitar minha família. Mas como se faz isso? Sair de casa (vulgo um país em outro continente que NÃO, NÃO É O MEU PAÍS) para vir visitar a minha família, mas sentindo que a MINHA CASA ficaria para trás?

Pergunto, então, a mim mesma, Nathália do céu, quantas casas você tem? Não sei. Aliás, sempre que penso nisso chego à conclusão de que eu tenho duas casas e nenhuma ao mesmo tempo. Uma é a da minha mãe e outra do pai do namorado, mas minha mesmo...none! Acho que ao invés de duas casas eu tenho duas vidas. Eu tinha uma aqui e agora tenho uma lá. As duas caminharam juntas pelo ano de 2012 perfeitamente. Exceto na hora de mudar de uma casa/vida para outra.

Só que até agora há pouco eu não tinha percebido isso. Desde que cheguei ao Brasil, já vi a maior parte das pessoas que mais amo, já comi um monte de comida boa, tomei banho de mar com um gosto como há tempos não fazia (mesmo antes de ir) e me senti brasileira sem me sentir diferente. Foi bom voltar para o único lugar no mundo onde não sou estrangeira. Mas ao mesmo tempo de tudo isso eu estava ciente de que dia 31 de janeiro, estaria voltando para o Reino Unido. E eu estava bem com isso, no finalzinho agora até meio que contando os dias, por causa da saudade do namorado.

Só que aí hoje, melhor, há exatos dois minutos, as duas filhas do meu padrasto que estavam aqui em casa de férias deixaram a gente para voltarem para a casa onde moram com a mãe no interior. Saíram, assim, de mala e tudo. Amanhã elas não estarão mais aqui. E nem depois. E nem depois. Um monte de coisas irão acontecer e elas não irão ver.

Aí me dei conta de que em pouco mais de DEZ dias, será a minha vez. Eu vou sair, como elas, de mala e tudo, para não estar mais aqui no dia seguinte. Por 180 dias seguintes. E se você me perguntar agora se eu quero ir eu vou dizer que não. Aliás, se alguém olhasse agora para meus olhos cheios d’água saberia que não. Não, não é que eu não queira ir, é que eu não quero partir.

Quando a gente vai construindo nossa vida num lugar e chega a hora de mudar nunca é fácil. Não importa se você está saindo da casa da sua mãe para morar a 20 ou a 9 mil quilômetros de distância. Guardada as proporções, você não estará lá no dia seguinte enquanto sua família tomar café da manhã. E se acontecer algum quebra pau, você também não vai ver, só vai ficar sabendo depois que tudo estiver mais calmo. E são tantos detalhes, tantas coisinhas que vão acontecer...e você não vai mais fazer parte. E na sua vida também. Tudo vai ser novo, diferente, e as pessoas que estiveram com você até ali não vão estar com você quando você, sei lá, queimar o arroz pela primeira vez. São tantos detalhes da convivência diária que quando a gente vive junto acha que odeia, mas que depois de um tempo quando se encontra com estes detalhes de novo em uma visita de domingo (ou de um mês e meio, no meu caso) percebe que, são estes detalhes que te fazem pensar: estou em casa.

Não seria um drama tão grande assim se a minha segunda casa ainda fosse um quarto que aluguei em Perdizes na primeira vez que saí de casa (falo disso depois, agora é só um desabafo). Mas não é. Aliás, de lá só me sobram três caixas com coisas minhas, devidamente empacotadas, que irão ficar aqui para eu quando eu estiver de volta. Besteira levar livros, meu box do Friends e outras particularidades para Londres. Ocuparia espaço demais na mala de ida...e de volta. Porque enquanto a vida for me levando, eu vou indo e voltando apenas alternando a saudade de lugar. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Vem, 2013!


Eu - na bem das verdades - nunca quis nada nessa vida. E nunca esperei muita coisa dela. Nunca quis ser bombeiro, nem astronauta, nem advogado. Queria sim, uma boa vida, claro. Mas nada demais, te juro. A única coisa que recordo e mamãe faz questão de relembrar é que sempre quis morar sozinho. Talvez porque  até um ano atrás nunca tinha tido sequer um quarto pra chamar de meu,  talvez seja meu espírito de liberdade, talvez fosse minha vontade de fumar enquanto cago... espero descobrir.

Como todo rebelde sem causa, queria ter meu canto, minha vida, minhas coisas. MINHAS MINHAS MINHAS! Queria acordar um dia e resolver pintar a parede de azul com bolinhas rosas e não ter alguém falando AI, NÃO. Solidão não, queria alguém pra compartilhar essa tão desejada liberdade. Liberdade de não ter que fazer sala quando não se quer. De ter com quem conversar sobre o que você quiser, sabe? Sem a parte da censura hipócrita de familiares e sim a palavra honesta de um amigo – nem sempre a favor, claro.
E não é de hoje que tenho essa conversa com os mais diversos amigos. Mas sempre acontece alguma coisa. Algum imprevisto, algum desentendimento RISOS. A não ser que você tenha papai e mamãe apoiando e – em alguns casos – bancando, fica meio difícil simplesmente passar pela porta e alugar o primeiro apartamento que estiver vazio.

Daí que surgiu a ideia do blog. Ta super na moda se foder. Então que lugar melhor que um blog pra gente contar cada cabeçada na parede, cada frustração e cada perrengue que a gente for passar? Claro, espero que tenham alegrias também, senão tudo perde o ponto principal. Afinal, vai ser difícil sair de casa por motivos de: duendes.

Sim, na minha casa mesmo, os duendes são muito bem adestrados e basta jogar a roupa suja lá no cesto e BANG, não dá nem dois dias e a roupa já está limpa e passada, penduradinha no meu guarda-roupa. A comida está sempre feita – e gostosa. A toalha mesmo depois de usar sempre volta sequinha e ta sempre lá quando eu saio do banho. Sem mencionar nas lâmpadas que queimam e logo são substituídas, os que sacos de lixo que são trocados e – vejam vocês – são deixados na rua nos dias certos que o lixeiro passa. E eu ia falar das contas, mas...

No meu caso, o pior é que a família ta me PRENDENDO. Quando eu quase saí de casa uma vez na LOUCURA, eles pouco tempo depois resolveram mudar de casa, pra eu ter meu quarto. E as coisas estão até mais calmas, tenho um pouco mais de privacidade, mas nunca será igual a ter um lugar longe de tudo isso. Eles podem continuar tentando me comprar com comida e roupa lavada, mas não vão vencer esta batalha. Às vezes penso em sossegar o cu e esquecer essa história toda, mas... NÃO.


Acho que é problema de timing. As coisas não acontecem no tempo certo quando se está com a família. Eles querem conversar quando você quer assistir o season finale da sua série em paz. E você quer conversar quando na TV ta passando aqueles desastres horríveis que fazem sua mãe sempre achar que é você que ta ali debaixo do carro, levando tiro na balada, sendo levado pela enchente... e todas as outras desgraças que pais geralmente assistem. Horários de comer, acordar, receber visita, programação televisiva e musical entram nessa categoria. Nada parece se acertar. Acho Roberto Carlos OOOOOO pica das galáxias também, mãe. Mas domingo oito da manhã não é um bom horário pra gente ouvir no último volume, sabe? Bem como às 21h do sábado vai me dar uma explosão de volúpia e eu estarei me debatendo no teto enquanto danço Example, me preparando para sair.


No ano passado, eu e a Nô começamos a trabalhar juntos e resolvemos que 2013 era um ano bom. E logo menos a gente começa a visitar lugares pra decidirmos como vai ser. E a intenção é ir compartilhando aqui. Todo mundo diz que a gente é louco e que a gente já passa tempo demais junto – que não dão três meses e a gente já vai estar se odiando HAHAHAHA E a gente pretende ir colocando esse tipo de coisa aqui também.

Vem, 2013! Que eu to pronto.